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domingo, 22 de setembro de 2013

ESPECIAL BUSSCAR: A RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A Busscar teve em 2011, leilão determinado pela Justiça de Santa Catarina, ocorreu um primeiro leilão em Florianópolis, mas não arrecadou mais de 25 mil reais, a Busscar então se viu com uma única saída, era a chamada Recuperação Judicial, que tem como maior objetivo, recuperar e pagar as dívidas com aceite dos credores.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL INCIADA
  m   Na época juiz da 5ª Vara Cível de Joinville, Maurício Cavalazi Povoas, aceita o pedido de Recuperação Judicial do Grupo Busscar em 31 de outubro de 2011. Uma ironia do destino, 31 de outubro, se lembra?? Mesma data que Harold Nielson morreu em um trágico acidente aéreo em Joinville-SC. A Busscar então estava sujeita a intervenção judicial a partir de novembro 2011, mas também se viu com mais facilidade para conseguir novas encomendas para tocar a produção.

INTERVENTOR JUDICIAL ESPECIALIZADO

O juiz nomeia, então um administrador judicial para trabalhar nos pedidos que a justiça fizer em relação ao Plano de Recuperação Judicial, a apontar os erros que a empresa está cometendo em relação ao processo. Rainoldo Uessler, assume o comando e diz que não será difícil a recuperação da Busscar com o pagamento das dívidas mas que é sim possível reerguer a marca joinvilense.

ADVOGADO ESPECIALIZADO EM RECUPERAÇÕES JUDICIAIS
  A Busscar Ônibus S.A, então contrata o advogado Euclides Ribeiro Júnior da ERS Consultoria e Advocacia LTDA. O advogado, então no início de novembro já recebe a imprensa da cidade em uma sala da Busscar, para mostrar os planos para uma grande volta da Busscar no mercado.

O PLANO

O Plano de Recuperação Judicial da Busscar, foi protocolado ao juiz Maurício Cavalazi Povoas, em 30 de dezembro de 2011, e também foi divulgado para funcionários e todos os credores do Grupo Busscar, veio janeiro de 2012, e as impugnações ao plano só aumentavam, BNDES, Celesc e Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região faziam impugnações que eram preocupantes para o Administrador Judicial. Agora com os prazos de impugnações se esgotando a Busscar já pensava em marcar a data para a então Assembleia de Credores do Grupo Busscar, a data de 22 de maio de 2012, foi escolhida e o local definido como o Centreventos Cau Hansen, em Joinville.

ENQUANTO ISSO PRODUÇÃO

A Busscar enquanto trabalhava para conseguir convencer os credores que a Recuperação Judicial era a melhor saída para a crise que a empresa entrou desde 2009, a produção continuava a todo vapor, claro que não produzia um veículo por dia, mas por semana eram entregues 3 a 5 carros.
Clientes reconquistados... A Busscar voltava a entregar os modelos com qualidade e tecnologia para clientes considerados grandes compradores da marca, vamos ver algumas encomendas que a Busscar entregou durante o período de Recuperação Judicial do grupo.

TRANSTUSA E GIDION

Foram entregues 14 unidades do Urbanuss Pluss II na versão Piso Baixo para Gidion e Trantusa sendo que cada empresa recebeu 7 unidades do modelo que vinha equipado com poltronas em plástico reforçado com fibra de vidro, climatizadores, espaço especial para pessoas cadeirantes e com deficiência.

OS DOUBLE-DECKER SUPER LUXO


 
Os Panorâmico DD para empresas como por exemplo, Viasul, Cristal Turismo, Mingoti Tur e Romeliza do Perú, faziam da Busscar uma marca que estava presente com seus produtos no mercado brasileiro de ônibus e também no mercado internacional de ônibus.

A produção da Busscar continuava a todo vapor, inclusive no carnaval no início do ano de 2012, o Administrador Judicial olhava para a linha de produção da Busscar e falava para a imprensa: ''é bonito de se ver'', essa era a frase de Rainoldo Uessler, que via sim uma evolução da Busscar em relação ao mercado estar sentindo falta dos produtos da marca e clientes vindo de longe para comprar produtos aqui em Joinville.
  A Busscar contava com cerca de 600 funcionários na linha de montagem, e cerca de outros 200 na administração, financeiro e outros setores de escritório, os funcionários da linha de montagem recebiam por dia trabalhado um valor fixo para todos os setores da montagem de R$ 80.00, e tinham um recebimento semanal, ou seja, toda sexta-feira tinha dinheiro nas mãos dos operário da fábrica da Busscar, outros cargos como engenheiros, financeiro, projetistas, entre outros que não mexiam no encarroçamento de ônibus recebiam mensalmente como antes da crise. Por parte dos funcionários da fábrica e de outros da administração, já se tinha 100% de aprovação do plano, pois caso o plano fosse aprovado, eles teriam emprego garantido e ainda receberiam os seus créditos dentro do parcelamento previsto pela Busscar.

A PRIMEIRA ASSEMBLEIA

Era 22 de maio em Joinville, a Busscar estava na sua primeira assembleia de credores, o plano de recuperação judicial do Grupo Busscar estava despachado pelo juiz e poderia ser votado, cerca de 2 mil credores compareceram, alguns com procurações para votarem por seus colegas, mas neste dia não houve votação, o juiz Maurício Cavalazi Povoas, viu que a Busscar tinha irregularidades no plano e apontou os erros ao Administrador Judicial, Rainoldo Uessler, empresas já faziam propostas para desintegrar a Busscar do seu parque fabril e colocar outra indústria no local, mas foram somente especulações, o plano não foi votado pelo fato de que o juiz viu que o clima era sim de falência em uma possível votação do Plano de Recuperação Judicial da Busscar.

7 DE AGOSTO, NOVO TENTATIVA

2 mil credores, cadastrados com crachá, estavam em 7 de agosto novamente no Centreventos Cau Hansen em Joinville para tentar votar o Plano de Recuperação Judicial da Busscar, na última noite que antecedeu a assembleia de credores, o advogado da Busscar conseguiu uma grande chave para colocar a Busscar na estrada novamente, os ex-sócios da Busscar Randolfo Raiter e Valdir Nielson, tios do presidente da companhia, abriram mão de 300 milhões, pela proposta atual de 80 milhões de reais, o objetivo era colocar a marca Busscar no seu devido lugar, com esse voto a favor a Busscar tinha duas das três classes votantes aprovando o plano. Só recapitulando eram três classes votantes na assembleia de credores, que dependia da classificação do credor, a Classe Trabalhista que era representada pelos credores trabalhadores, a Classe Quirografários, que tinha os fornecedores, e credores que não se importavam com a forma de pagamento e a Classe Garantia Real que tinha credores como por exemplo bancos e fornecedores de créditos, que tinham como garantia os bens da Busscar. A Classe Trabalhista tinha aprovação, a Busscar tinha 1.900 votos a favor com as alterações no plano, contra 400 do Sindicato que era contra o plano, a Classe Quirografários que aprovava com o voto a favor dos ex-sócios que eram os maiores credores da classe, a única que faltava era a Classe Garantia Real que reprovava o Plano de Recuperação Judicial, o advogado da Busscar, então levantou a possibilidade de votar uma nova suspenção como objetivo de negociar com a Classe Garantia Real para ter 100% de aprovação do plano, evitando assim uma falência pela justiça, 85% aprovaram a suspenção, o que mostrava que queriam que a Busscar aprovasse o plano e voltasse a produzir a todo vapor.

25 DE SETEMBRO, A ÚLTIMA TENTATIVA

A Busscar entrava na sua terceira assembleia de credores, desta vez o Plano de Recuperação Judicial seria sim votado, nem que durasse mais de um dia para votar, aberta a votação e os credores todos organizados queriam aprovar logo o plano e acabar com essa agonia que poderia levar a Busscar para a falência, tudo ocorreu corretamente, a Classe Trabalhista aprovou o plano com 74% de SIM, a Classe Quirografários teve 175 dos 190 credores presentes com SIM, só faltava os bancos que tinha o Santander que era o maior credor da Classe Garantia Real, o banco havia dito que aprovaria o plano nas rodadas de negociação, o BNDES não se pronunciou afirmando que a Busscar tinha enviado a proposta muito em cima da hora, o Santander reprovou o plano e sequer deu alguma explicação, o BNDES então se encontrava em uma posição complicada, se aprovasse o plano, aprovava a Garantia Real e colocava a Busscar de volta no mercado para pagar as dívidas e produzir em massa, se reprovasse seria responsabilizado por deixar mais de 800 funcionários desempregados, se absteve e para a justiça catarinense considera abstenção como um NÃO ao plano, o que reprovou a Classe Garantia Real e jogando a decisão para o juiz Maurício Cavalazi Povoas que tinha retomado para o caso Busscar.

ACOMPANHE O ÚLTIMO EPISÓDIO DA SÉRIE ESPECIAL BUSSCAR, NO PRÓXIMO DOMINGO, NÃO PERCA!!!

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